Dom Caixote

Sempe acordo triste ou desanimada, quando não acordo extremamente feliz. Mas hoje, ao contrário de todos os dias, acordei revoltada demais. Revoltada com a situação das mulheres que se separam e tem que ouvir, logo pela manhã uma ligação do marido traidor, com voz de bonzinho, querendo saber onde elas estão. Não porque se interessam pela real condição da mulher, que passava mal, vomitava, desmaiava e ia parar no hospital e ele nem se dava conta, permanecia fechado no escritória, enviando emails de amor para sua nova bonequinha de luxo. Mas, porque depois da separação, chegaram à conclusão que deram com os burros n'água, não tem mais a boba para cuidar deles e nem para sustentá-los, e querem uma reconciliação a qualquer custo. E daqui há pouco tempo arranjarão uma outra mulher e o círculo voltará a rodar. E de novo a mulher, que hoje está linda, leve e solta, estará naquela situação de miserabilidade: gorda, feia, malcuidada, chorosa, passando mal e eles estarão novamente por "cima da carne seca". Não falo de mim, que estou casada há 41 anos e se descobrir alguma coisa a respeito do meu marido dou-lhe um chute definitivo, apesar de amá-lo, e sem dúvida me mudo para o outro lado do mundo para nunca mais ouvir falar dele. Mas falo de uma amiga, jovem, inteligente, bonita, cheia de vida, que ainda não soube mandar o crápula para "o raio que o parta"! Ai desabafei, ou ia ter um AVC gigante! Bjks. Neli Alves